Foto tirada da página Adote um animal resgatado do Instituto Royal.
"Finalmente aprendendo a viver como um cão."
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O caso, divulgado largamente, chamou a atenção pela
ousadia e, também, pelo ineditismo da ação. Rapidamente, muitas pessoas se manifestaram,
contra e a favor. Estou no segundo grupo.
Um dos que não viram com bons olhos o resgate foi o
promotor de Meio Ambiente de São Roque, Wilson Velasco. Ele argumenta que a
invasão pode ter prejudicado as investigações conduzidas pelo Ministério
Público de São Paulo que recebeu denúncias de maus-tratos a cães.
Pois bem, estamos em outubro, as investigações estão
sendo feitas desde o ano passado, 2012; parece que o processo está um pouco
devagar.
Nesse sentido, os ativistas parecem que fizeram mais do que
o MP. Está circulando nas redes sociais, Facebook e Twitter, fotos e relatos
sobre o estado dos cães. Além dos traumas físicos, há os
psicológicos. Muitos deles têm medo e dificuldade em se relacionar com humanos.
Ou seja, o que antes era suspeita, agora é certeza.
Os responsáveis serão autuados? Não. Muito pelo contrário, é o Instituto Royal que irá processar os ativistas. Mesmo com as evidências, não se discute nada disso. Dedica-se tempo para a velha lenga-lenga do vandalismo, nesse caso, priorizando objetos quebrados no lugar de vidas.
Os responsáveis serão autuados? Não. Muito pelo contrário, é o Instituto Royal que irá processar os ativistas. Mesmo com as evidências, não se discute nada disso. Dedica-se tempo para a velha lenga-lenga do vandalismo, nesse caso, priorizando objetos quebrados no lugar de vidas.
Comenta-se que os prejuízos são grandes, que os “terroristas”
destruíram tudo. Que o pobre Instituto Royal contribui muito para o
desenvolvimento de medicamentos para humanos, e que o uso de animais em testes é
necessário.
Mas, como se sabe, a verdade não é absoluta.
Em entrevista à TV Brasil, a
professora de medicina da Universidade Federal do ABC, Odete Miranda, afirmou
que sim, que é possível fazer testes sem o uso de animais.
– Existe pele sintética, existem testes in vitro,
toxidade em célula em hemácias, é possível sim.
Mas, talvez, usar animais saia mais barato do que
investir nessas tecnologias, então suponho que o Instituto tenha economizado
bastante. Se o problema é dinheiro, separem as economias e comprem de novo o
que foi quebrado.
Aposto que vai ter até gente querendo ajudar, o Reinaldo
Azevedo da Veja seria um deles. Domingo mesmo ele nos brindou com sua
inteligência em um texto primoroso intitulando os ativistas de “grupelhos obscurantistas”,
e justificando os maus-tratos porque o especismo existe e a vida é assim mesmo,
“E uma imposição da nossa civilização”.
Retomando, sobre os protestos a maioria dos
direitos que desfrutamos hoje não foi conquistado com flores e afagos, mas sim
com luta, com embate. Essa é uma realidade, a pressão popular é o que surte
efeito. Vide os 0, 20 centavos que fizeram Alckmin e Haddad mudarem, assim de repente,
de posicionamento.
Viva o vandalismo.
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Angelina Miranda é jornalista e escritora sem livros.
Ri alto, é fã de fotografia, cachorro, botecos e maus modos.
Dá uns pitacos pelo Feici e faz uns versos no Poesias Angelinas.
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